Nos últimos anos, Doohan foi preparado pela equipe francesa para esse grande momento. E sejamos honestos, se Carlos Sainz tivesse aceitado a proposta da Alpine, a entrada de Doohan na F1 não teria acontecido (pelo menos não por enquanto). Mas a Fórmula 1 muitas vezes é sobre estar no lugar certo na hora certa, como vimos na saga de Piastri. Mas será que Doohan está realmente pronto para a Fórmula 1? Essa é a grande questão.
Doohan: Talento moderado nas categorias de base
Jack Doohan, filho da lenda do automobilismo Mick Doohan, não é conhecido como um super talento. Nas categorias de base, seu desempenho foi inconsistente; um dia ele podia fazer uma grande corrida, mas no dia seguinte competir de forma apagada na retaguarda. O australiano nunca conseguiu ser campeão na F3 e na F2, apesar das altas expectativas. Sob essa perspectiva, é notável que Doohan tenha recebido uma chance na principal categoria do automobilismo, enquanto contemporâneos como Felipe Drugovich e Theo Pourchaire ainda não tiveram a mesma oportunidade.
A decisão da Alpine de optar por Doohan parece ser uma falta de alternativas melhores disponíveis. A situação instável da equipe há algum tempo não a torna um destino atrativo para pilotos de ponta. Os pilotos verdadeiramente talentosos, ou mesmo aqueles que estão um nível abaixo, preferem destinos onde haja mais estabilidade e organização. Os nomes cogitados pela Alpine, como Mick Schumacher, Kevin Magnussen, Guanyu Zhou e Valtteri Bottas, não são exatamente pilotos que levariam a equipe para o próximo nível. A administração da Alpine percebeu isso.
Diante desse cenário, faz mais sentido dar uma chance a Doohan, que está na Alpine Academy há anos, conhece a equipe e já teve milhões de euros investidos nele. E se, inesperadamente, o experimento com Doohan não sair como esperado, ele poderá ser substituído rapidamente. Mas se Doohan conseguir se destacar na Fórmula 1, a Alpine poderá contar com ele por muitos anos. Nesse caso, ninguém falará sobre a oportunidade perdida com Piastri.