Entre 2010 e 2013, a Red Bull dominou o campeonato de construtores, mas ao entrar na era híbrida, o desempenho do motor da Renault ficou aquém das expectativas, enquanto a Mercedes despontava como a força dominante. A falta de competitividade levou a uma série de tensões públicas entre Red Bull e a fornecedora de motores francesa, até que Helmut Marko percebeu que seria necessário buscar outra solução para voltar ao topo.
Red Bull não via futuro com a Renault
Marko explicou as dificuldades com o motor francês. "Nosso fornecedor de motores, infelizmente, não conseguiu entregar um motor competitivo", disse Marko. “Havia uma grande rivalidade com a Mercedes, e nosso chefe não era grande fã. Nós dissemos: 'com esse motor, não podemos mais motivar as pessoas, porque todo mundo sabe que com esse motor você não pode vencer.'”
Tentativa de acordo com Mercedes
A busca por uma nova solução levou Marko a procurar Niki Lauda, com quem conseguiu um acordo inicial para utilizar motores Mercedes. "Tínhamos um acordo de aperto de mão", afirmou Marko, explicando que Lauda estava pronto para fechar o negócio. No entanto, o acordo não teve o apoio de Toto Wolff, o que resultou no seu cancelamento. "Não foi apoiado por Toto, então o negócio não aconteceu", confirmou.
Com o acordo frustrado, a Red Bull decidiu arriscar ao se unir à Honda, mesmo após o difícil retorno da fabricante japonesa à Fórmula 1 com a McLaren. "Eu tinha algumas informações privilegiadas sobre o que eles [Honda] estavam planejando fazer", revelou Marko, explicando que acreditava no comprometimento da Honda em melhorar seus motores. "Sabíamos quanto eles estavam gastando, então levamos esse risco – que, na verdade, não era um risco –, e mudamos para um motor que, naquele momento, era, como Alonso disse, potência de F2", completou, referindo-se à famosa crítica de Fernando Alonso aos motores Honda no início da parceria com a McLaren.
Títulos com a Honda
A aposta na Honda acabou rendendo frutos, com a Red Bull conquistando múltiplos campeonatos após o fim da parceria com a Renault. "Sempre tomamos decisões corajosas", finalizou Marko. "Sem risco, sem diversão."